sexta-feira, 27 de dezembro de 2019



About memory loss

It must be really wonderful,
Knowing your past.

In other way, I think that would be wonderful if you could choose which memories to forget. I do not remember my mother or even being part of a family. I do not remember being a kid. But what hurts the most is not knowing who you supposed to be tomorrow. Not because you do not have memories but you do not know yourself.


sábado, 19 de maio de 2018


To sum up the four hours of discussion that followed,
it's not easy being in a relationship,
much less to truly know the other one and accept them as they are,
with all their flaws and baggage.

He confessed to me his fear
of being rejected if I truly knew him,
if he showed himself totally bare to me.

He realised after two years of being with me, he didn't
know me at all, nor did I know him.

And to truly love each other we needed
to know the truth about each other,
even if it's not so easy to take.

So I told him the truth,
which was I'd never cheated on him.

And I also told him whom have I been with those days,
He did not get mad at me, cause nothing happened,
Of course.

I confessed to him that the toughest thing for me was
to decide to be with someone for good
the idea that this is it, this is the person
I'm going to spend the rest of my life with.

To decide that I will make the effort
to stay and work things out,
and not run off the minute there is
a problem is very difficult for me.

I told him I could not be for just one man
for the rest of my life.

It was a lie, but I said it anyway.

He asked me if I thought I was a squirrel,
collecting men like nuts
to put away for cold winters.

I thought it was quite funny.

Then he said something
that hurt my feelings.

The tone changed drastically.

Then I misunderstood him. I thought
he meant he didn't love me anymore.

It always fascinates me how people go
from loving you madly, to nothing at all.

Nothing. It hurts so much.

When I feel someone is going to leave me
I have a tendency to break up first,
before I get to hear the whole thing.

Here it is. One more, one less,
another wasted love story.

I really loved this one.

When I think that it's over,
that I'll never see him again like this..

That I'll bump into him someday, we'll meet
our new boyfriend and girlfriend,
and act as if we had never been together.

Then we'll slowly think of each other
less and less, until we forget each other completely.

Almost.

Always the same for me -
break up, break down.
Drink up, fool around,
meet one guy, then another,
fuck around to forget the one and only.

Then after a few months of emptiness,
start again to look for true love.

Desperately look everywhere
and, after two years of loneliness,
meet a new love and swear it is the one,
until that one is gone as well.

There's a moment in life where you can't
recover any more from another break-up.

And even if this person bugs you 60% of
the time, you still can't live without him.

And even if he wakes you up every day
by sneezing right in your face,
well, you will love his sneezes
more than anyone else's kisses.

2 Days in Paris

domingo, 1 de outubro de 2017

Incertezas
Emergentes da certeza
Do que aquilo se tornou

Naquilo em que se acreditou
Incerteza
Da claridade do dia
Da escuridão da noite

Certeza
Da dimensão do nada
Naquilo que não se sente

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

sábado, 30 de julho de 2016

If you listen close you'll hear the sound
Of all the ghosts that bring us down
Hold on to what makes you feel
Don't let go, it's what makes you real
If the flame goes out tonight
Yeah we live until we die

sexta-feira, 1 de julho de 2016

"Hoje quis falar-lhe, mas ele já não está cá. O meu pai foi-se embora há oito anos e sei que a viagem não tem volta, mesmo que a lembrança de um abraço preencha algo na hora de não sentirmos nada. A saudade é o mais transversal dos sentimentos, é comum a todos, mesmo aos que não querem sentir saudades, porque o aperto no peito aparece sempre sem avisar, o bom e o mau, e a memória nunca se apaga, a memória é de todos, dos ricos, dos pobres, a memória não tem idade ou morada.
Sentimos saudades todos os dias, do cheiro com que nos cruzámos na esquina e nos remete para um dia qualquer sem data ou hora marcada, do gelado que comemos na feira.
Do susto, do calor em dias frios e do toque por mais vazio que tenha sido. Pode trazer-nos lembranças boas, recuperarmos momentos perdidos, pode resgatar momentos de felicidade extrema. A saudade pode ser boa. E exige-se saudade dos que nos merecem recordações, dos que nos deixaram marcas e que por muito que o tempo seja rápido, nunca apressará a saudade.
O primeiro amor, ou até o segundo e os outros; a peça que não encaixava no sítio e nos impossibilitava de passar para o nível dois, mesmo que fosse só um tetris; a voz do Eládio Clímaco, que rompia as fronteiras dos jogos; a bola do Maradona com a mão; o cheiro a algodão doce que, ainda que seja o mesmo, nos parece sempre ser como aquele que sentimos pela primeira vez; o chapéu do Tio avô; o vigésimo concerto dos Beatles; o terceiro par de ténis; os desenhos animados quando eles ainda eram animados; as publicidades; os detergentes ou os tanques de lavar roupa; o som do sino que já nem toca; aquele carro igual ao do Duarte & C.a... Todos eles são pedaços de um tempo que a nós nos ficou e nos traz saudades.
O cheiro é comum às saudades, o sabor recupera-nos o tempo e o som é o intermediário de uma perda que nos chega com a memória. Sentimos saudades dos lugares, das pessoas, das mesmas pessoas e dos mesmos lugares, podemos viajar nas saudades e até podemos sentir saudades da semana passada, da hora atrás, do café de ontem ou do encontro da parte da manhã. Gosto de sentir saudades de olhos fechados, "vejo" melhor os dias a que já não posso voltar, aproximo aquelas distâncias irrecuperáveis e faço nascer sentimentos que brotaram outrora e foram levados pelo curso de uma vida que não pára, nem para nos ver passar.
A barreira do tempo será sempre encurtada pela saudade, a má ou a boa, mas a que sentimos por condição ou pelo coração. Volto a abrir os olhos com a sensação de que senti o isqueiro que lhe acendeu o cigarro, da gargalhada forte depois do primeiro travo, da voz que será sempre a dele, da mão que passava sempre pelo cabelo, antes de chegar ao bolso, e do abraço que nos une o rosto onde lhe sinto a barba de dois dias e a força de ser sempre o nosso abraço. Como é bom "bater" a saudade. É por isso que ela pode ser o mais nobre e forte dos sentimentos."

Crónica de Marco Gil, P3