O sentir saudade varia. Varia
quanto à pessoa, não quanto ao sentimento: o que importa é quão longe a pessoa
está. Não que tenha mais saudades do meu irmão que está na China, dos meus pais
que estão no Porto ou do meu namorado, com quem estive há pouco. Tenho mais
saudades do meu tio e avô. Morreram já fez quatro anos. E não os ter perdoado
consome-me. A pouco e pouco mata-me. Haverá alguém que não perdoará. Haverá um
ciclo vicioso. Se houver oportunidade, desculpa. A angústia que carregas não
compensa; cabe às memórias preencher esse vazio.