domingo, 21 de abril de 2013



"O tempo não é sempre generoso... e levou-te... para aquele lugar onde te deixaste descansar.
Sabes o que desejei Avô ? Que aquele hospital não fosse a tua última casa porque ainda tinha muito que aprender; que abrisses os olhos e me visses assim, com tanto de ti.
(...)
Se soubesse que aquele Natal era o último, teria sido tão diferente..."




   As folhas caem e o frio continua..o Verão sobrevem e a depressão instala-se. O sentimento permanece, a ausência cava mais. Há mais espaço para as folhas caírem sem delas se dar conta. Todavia, até à plena acepção da palavra saturação, já o vácuo se alastrou para o exterior. Questiono-me do momento da sua chegada. Quais as reacções que inevitavelmente irão salpicar dos rostos dos bonecos quando pretenderem transparecer a calma inexistente nos seus corpos magistrais?
   Entretanto, o sentimento flutua no mar brando pois não será a sua agitação que ilustrará isto. Expulso a agonia, o rancor, a antipatia, a repugnância. Descubro a metamorfose.. Floresço, cresço e imprimo, no boneco partido, a exactidão, a apatia, a exorbitância do nada, a eficácia de um ponto final. Noutro significado, cavo mais.
   ‘A little bit longer a little bit stronger’ no fundo.