terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Enlouqueces-me a alma,
Como se lá pertencesses.
Aqueces-me o coração,
Com devaneios inacabados.

Exijo acção
E retrais-te.
O corpo humano esconde
A ferida incisa.

O corpo humano?
Humano o corpo,
É algo simples,
Apenas precisas de sentir.

sábado, 14 de dezembro de 2013

terça-feira, 3 de dezembro de 2013




Ainda que só tempo o possa dizer imperativamente, eu peço e chego a implorar, como que suplicando: Não morras, eu preciso de ti.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013



Subimos.
Empilhados num contentor,
Com bases pouco sólidas,
Como se não tivéssemos apoio.
Assim, subimos.
 
Descemos.
Embriagados da natureza,
Que nos reconforta.
Aclama a nossa presença,
Como se de um bem essencial se tratasse.
E quando chegamos,
Evapora-se: não precisa de nós.
E ficamos desamparados,
Como subimos.
Por isso, descemos.

O presente,
Corresponde à inércia.
Intacto,
Deixa-me pensar,
Incumbindo-me de decidir o futuro.
Mas limita-se,

Pela subida.
E desço,

Ou quero descer.
Quero rejuvenescer.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Percorreu-me,
Como nunca.
Sabia da tua importância,
Aliás, pesava em mim,
Do nada que afinal era tudo.

Os contornos alteraram-se,
Afastar-te não é solução.
E agora?

Assustaste-me.
Pensei que fosse algo,
algo embrionário,
não algo,
algo imaginário.

Os conceitos estranham,
Mas entranham.
O imaginário torna-se real,
E, novamente,
Assustas-me.

Não sou insensível,
Põe isso de parte,
Peço-te!
Criei barreiras,
Que outrora tinham sido derrubadas.
E erguias, de novo.

Vi, então, que nada,
Do tudo, mudou.
E o tudo, do nada,
Permanente ficou.
Quero o meu Eu de volta,
Mas também te quero,
Aqui, ao meu lado.

Não me assustas,
Tudo me assusta!
Mostra-me o caminho,
Que estou de olhos vendados…


Interrogo-me
Sobre o epílogo.
Questiono-me
Desse teu cheiro perfumado,
Amado,
Por mim, ressalve-se.
Despoletas em mim
O que só tu és capaz,
Nesse teu brando mar,
Que anseio agitar.

Filmamos o quotidiano,
com o que os olhos captam.
A memória eterniza-se,
nesse teu espaço delineado.
Procederia a uma sequência,
Que soubeste evitar.
Não te vejas,
Não pelo espelho,
Vê-te por mim.
É fidedigno.

A mente enlouquece,
O sentimento permanece?
Cresce.
E interrogo-me..
   



   Brincamos como crianças inocentes ao luar... A inocência é vaga, imprecisa e remói. O anoitecer, entristece-me [assusta-me?].
  Quero mais de ti, mais do que tive e possivelmente mais do que poderei ter. É algo incoerente. Derrubaste os meus muros - perfeitamente erguidos e empilhados - como se de um mero jardim se tratasse. Não o fizeste com más intenções, não me conheces suficientemente bem para o fazeres com tal intenção. Na verdade, a pergunta impiamente se exibe: Conheces-me sequer? Não obstante, sei que me posso vir a magoar [vou, de certeza - é algo linear na minha vida] mas e se tentar? Dá-me só mais um beijo para desvendar este mistério, o nosso mistério!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013



    A convicção de que foi um lapso no tempo não se alui de mim. Permanece erguida, intacta, como se de uma verdade se tratasse. Presumo, entre o tempo do tempo em que vejo claramente o que te envolveu, que nada será isto sem ser eu [sem seres tu?]. 
    A vagueza dos pensamentos que te concernem não me permitem usufruir o quotidiano. Embora tivesse assente que a tua falta nunca seria preenchida por algo, empreguei um ser menos frio, mais afável, como forma de me veres, assim, com tanto de ti... Porém, hoje, passado um ano e sete meses, a força erguida neste tempo do tempo percorrido durante pouco mais que meio ano, diluiu, como se tratasse de um medicamento incapaz de curar - o organismo já se avezou.
    E assim, este dia será inevitavelmente mais um..mais um daqueles plenamente sorridente mas impiamente sofrido, longe das amarras da felicidade... Isto, se algum dia ela se instalou depois da tua partida, há um ano e sete meses, um ano e sete meses Tio.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Advirto-te a suprimir a realidade. Tu, que ainda não te deparaste com a fantasia real em que vives, suprime a realidade. O que está confinado pelos cinco sentidos é facilmente manipulado pelo ser superior do teu ser. Se esse ser ainda não se espelhou, advirto-te a suprimi-lo. Não questiones. Deduzo que, inevitavelmente, pensas que a fantasia real em que vives é a realidade que deves suprimir e, como tal, não deves proceder à supressão pela vaidade, implementada em qualquer ser, que aprecia em expor o teu eu. Porém, o conhecimento do que constituí a realidade até ela se espelhar não se instala em ti. O inconsciente que, por sua vez, assenta em ti rodeado pelo espesso fumo que o encobrem demonstra-se lentamente sem teres conhecimento de tal. O que ele te fornece é o consciente que julgas ser a base, mesmo sendo apenas o cobertor, transparente por espelhar à mesma o inconsciente.
Se a realidade em ti assentiu, compreendes agora que o inconsciente é a realidade enquanto o consciente é a fantasia real. Mas, se a realidade em nenhum de nós se instalou, pois considero esta dolorosa sucessão de acontecimentos a minha fantasia real, por pensar a realidade como algo muito mais ímpio, como temos conhecimento dessa realidade? Como sabes tu, eu e o outro que a fantasia real não é afinal a realidade mas como outro ser humano apenas dramatizamos, tornando a realidade a fantasia real obscura? Como sabes se tanto a realidade como a fantasia real não são meras fantasias desenvolvidas num sonho do qual não acordarás? Como sabes se quando dormes e sonhas, não é quando realmente estás acordado? Na realidade, como sabes que o teu “como sabes” significa o mesmo “como sabes” que significa para mim? A resposta é previsível, o inconsciente sabe. E, se o inconsciente é a realidade, a realidade sabe. E, se a realidade sabe e já se expos, porque nos fez assim?
Se atribuis o aparecimento das tuas felicidades àquele que designas como Deus, porque não atribuis as tuas infelicidades também? Se sabes da sua existência, não sabes a realidade, só pelo facto da realidade atribuir a ti a culpa de tudo o que te acontece e não criar a fantasia real que determina a existência do outro. E, se a realidade indefere a existência de Deus, o inconsciente fá-lo também. Logo, estando consciente do não conhecimento do que constituí o teu inconsciente, se alguma vez questionaste a existência de Deus é porque isso não é real, visto que a realidade ou inconsciente não é consciente ou fantasia real, e que a verdade da realidade nunca se espelhará para os demais seres integrados na sua falta de inteligência por não se responsabilizarem pela realidade brutalmente escondida pela fantasia real. Advirto-te, assim, a suprimir a realidade visto que um dia o cobertor vai escorregar e decepcionado o ser humano permanecerá. Ele não tem capacidade para superar e enfrentar a realidade, ora não fosse essa a razão pela qual ela nunca se apresentou.



“and endless red tape to keep the truth confined”
muse

quarta-feira, 2 de outubro de 2013



Adeus.
Adeus a ti,
Ser que não sabe o que é adeus,
Adeus.

Descubro uma nova palavra.
Entre ventos e memórias
Soube-me a passado,
Aquela felicidade,
Eternamente longínqua.

Deslumbro-a.
Tento alcança-la e escorrego.
E mais uma vez
É mítica.

Revivo a palavra.
Emerjo do nada,
Onde cabe tudo.
Tudo esse preenchido por nada
Do que eu sinto,
Oh se sinto!
Afinal não há nada.

Adeus.
Adeus a ti,
Ser que não sabe o que é adeus,
Adeus.

terça-feira, 1 de outubro de 2013




   Fechei os olhos. Era a típica hora agitada. Por breves momentos, quis-me isolar. Não que não sentisse saudades de cada um com quem estive - de ti especialmente. Porém, esta ânsia geral esvazia-me. Todo este frenesi à volta do regresso parcial assusta-me e, esse sim, afasta-me. Quero-me encontrar, longe de todos, até de mim. Independentemente disso, espelho a necessidade de vos ter comigo. São como pilares indestrutíveis... e, parecendo que não, agradeço profundamente essa devoção, o pior é conciliar o pouco tempo que me disponibilizam para poder estar com cada um e, mesmo assim, poder estar comigo.
   A Marta daqui difere da Marta de lá. Qual delas a mais revoltada, a mais descontraída, a mais sincera, a mais feliz? O objectivo era, portanto, permanecer acordada ainda que todos pensassem que estava a dormir. O objectivo era pensar. O objectivo era descodificar a mixórdia de sentimentos que por mim passaram só neste fim-de-semana. Num ápice descubro tudo o que fiz de mal, tudo o que preferia não ter feito e tudo que me orgulho de ter feito: a surpresa que te fiz correu dentro de mim como corre o sangue, era algo por que ansiava, tinha saudades tuas ainda que não admita; a despedida do outro foi definitiva, chegamos ao patamar da amizade? "talvez direi, mas cuidado terei", afinal, tu mesmo disseste para me cuidar; por fim, questiono-me da despedida do outro outro, quão sentida foi por ambas as partes? quão mal me senti? a verdade é que não te sou indiferente, caso contrário não quererias estar comigo nos restantes dias, dias esses que já estavam preenchidos [novamente, o passar do tempo sume-se como se nem tempo tivesse para ver o tempo passar]...
   A disputa mental manteve-se até que algo seriamente reconfortante me embrulha no seu calor: chegaste. Tu que tens ciúmes do nosso irmão, do quão ele é importante, nunca pensaste que és o meu ídolo? Talvez seja uma palavra que te imponha demasiado autoridade [quem somos nós sem os nossos pequenos desentendimentos?] pois penso que idolatrar alguém é impossível dado nunca conhecermos o seu verdadeiro eu.. Contudo, se há alguém que se aproxima desse ser mítico, esse serás tu Miguel. É raro dar nome às pessoas a que me refiro mas tu mereces um certo destaque - sei que não vais ler isto mas ainda assim esclareço o quão importante és mesmo que não o diga pessoalmente, isso exigiria de mim o que nunca ninguém recebeu [mereceu?].
   Permaneço intacta, como a pedir mais de ti, pedido passivo directamente sentido. Dás-me o melhor de ti e questiono o porquê de não te dar tudo o que tenho em mim.. Sinto que te desiludo, mas ao mesmo tempo orgulho-me de ter muito de ti. E isso vejo, não agora que já "acordei", mas todos os dias em que estamos afastados. Não te afastes, fica, eu preciso de ti, ajudaste-me agora a compreender: sou mais feliz aqui, contigo, com os pais e o mano, com eles [...mas e ele?]. A Marta daqui é muito mais feliz que a Marta de lá, ainda que quer a Marta daqui quer a de lá seja feliz. Mesmo rodeados de quimeras, os pilares mantém-se ano após ano e, como tal, a felicidade exibe-se, mas só para mim... é segredo!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

sábado, 21 de setembro de 2013



Be grateful for what you have, even if that's mean that you aren't totally happy.


    No limiar do fim deparo-mo com a insuficiência. Há algo vazio dentro de mim. Há algo que preenche tudo mas esse tudo está coberto por nada. Sinto-me envolvida por uma tela branca, presa no seu âmago, sem qualquer tipo de contorno em que me possa apoiar.
    Exponho a minha necessidade de estar embrulhada por algo, algo esse que não fosse fácil de adquirir mas que não fosse, igualmente, fácil de desistir! Perante isto apenas permanece a incontrolável questão: Porquê? Porquê esta necessidade, porquê tu, porque não ele ou isto? Porque não recorrer ao materialismo, porque não alterar quem sou para outro que se evidencie mais feliz com pequenas coisas? Afinal, os mais estúpidos são os mais felizes.
  Na incansável perseguição da resposta envergonhei-me por não a ter descoberto inicialmente: "Não há forma de alterares quem és, Marta. Não gosto de tudo em ti mas gosto o suficiente para ser teu amigo e se ele não o é, é porque não lhe agradas minimamente. Mas alegra-te, és especial, para mim és, nunca me veria sem ti mesmo a esta distância que nos afasta. Pergunta ao outro o quão especial és, não é algo eventual, que só este e aquele sente. Achas mesmo que se assim fosse, nos tempos em que voltas todos nós estaríamos aqui? Conhecendo-te, não há como convencer-te, por isso peço-te, imploro-te, sê tu mesma...mas sê egoísta, põe-no na tua mão."
    Descodificando palavra a palavra, pedes-me para me manter mas, ao mesmo tempo, para ser egoísta. Sendo eu, manter-me-ia aqui, no lugar que me foi cedido, rodeado pela minha insegurança, e isso afasta todo o egoísmo que poderia despoletar. Porém, descobri o ponto fulcral que atinge a mensagem que querias transmitir, o que não está expresso pelas palavras, aquilo que essas mesmas são insuficientes de manifestar... Faz hoje exactamente uma semana que mudei. Eles notaram, ele notou, alguém notou..?

sábado, 14 de setembro de 2013





"Se durante o processo de construção, o autor vos remeter para uma estrutura quase demente, é porque foi usado mais por demais coração, condição absoluta no limiar do obstinadamente. Esculpindo frases ao sabor da inspiração, revestidas por minimal batida envolvente, construindo fortalezas muralhadas de emoção, provocando aqui e ali a moralidade vigente... E se de repente o sonho ganha asas de vulcão, derramando palavras e punhais principalmente... requerendo, seguramente, mais que uma audição. O que é, por vezes não existe, mas sim aquilo que se pressente. Após longas e repetidas noites de agitação, o resultado surge, emergente.. esvais-se a permanente inquietação. Entretanto. Sobretudo. Praticamente."


    Perante tal temeridade, quando te encontras abandonado pela multidão - o mar de pessoas impede-me de as [me?] conhecer verdadeiramente - o importante é voltar às origens. Antes de outra [mudança], é imperativo acalmar as almas pela submissão do que de mim conheço para o que sei que sou, a criança para sempre, inocentemente prendida - "Sentimento relativo negativo privado, situado num mundo fechado em castidade, graduado sem medalhas com batalhas mentais.."

terça-feira, 3 de setembro de 2013


Let me introduce you to the most important person, my twin brother




   A ausência de escrita aclama a felicidade. Esta irradia-se sem pedido de permissão e brilha incessantemente para ti. Mas porquê é que me sinto punida por não a veres? Ninguém a vê, no fundo. A tua ausência cobre-a como se ela nunca tivesse existido.
   Inicialmente tentei evidencia-la, como se fosse um dever, mas, neste ponto a que incorri, já só a saboreio, como se o conhecimento dela no meu ser, por mais insignificante que possa ser, bastasse. A tua ausência é um mero cravo do destino e, em breve, saberemos quão ausente vais estar. Entretanto, deixa-me brincar com ela...e com ele, já que também brincou comigo.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

"I think it was just one of those moments, one single detail in another ordinary life"


   It wasn't an another detail, it was the detail. It wasn't a good thing, you can see that from who I am right now. An year as gone by and I miss you like in the first day. The chapter is repeated and by now I count one year and four months and just one year. I know exactly what I was doing in the day July 18, 2012. But actually I don't need to express, the drain of the transparent particles do it for me. I just need to be established that will never forget you grandfather... neither of you uncle, never.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

   


    Ouvi dizer que foste. Ninguém me contou pois, se assim fosse, estaria a caminho. Tentei, ao longo deste ano, descobrir o porquê disto tudo, o porquê desta falácia em que incorri, desta fantasia em que me embrulhaste. Nunca te tomei como um brinquedo, ainda que no início para isso tenhas servido. Pelo contrário! Sempre soube que se daquele beco escuro me pudesses libertar era porque simbolizavas algo que nem eu mesma conseguiria explicar. Porém, tu sempre encaraste o plano noutra perspectiva. Eu era, afinal, apenas mais uma curva da recta que segues com ela. Se a primeira, a última, a trigésima quarta, não sei. Também tentei descobrir, mas mentir é uma das tuas [qualidades?].
  Hoje pensei que fecharia esse capítulo. Contigo, não que verdadeiramente contigo. Contudo, fechei-o sozinha. Isto se não considerares as lágrimas como uma certa companhia. O fecho do mesmo não equivale ao esvaziar da minha mente no espaço que te concerne, mas antes, a última tentativa que verás pela minha parte. Sente-te feliz, foi de vez. A dificuldade que se deslumbra é se te vejo para o ano…certamente o Verão não consegue apagar isto em tão pouco tempo. Afinal, o tempo não tem o tempo que eu preciso.

terça-feira, 9 de julho de 2013

The xx - Angels



******* Indiscutivelmente, não consigo. Apetece-me escrever, chorar e dizer que isto foi o ponto final, o verdadeiro, mas não consigo. As palavras simplesmente não saem, as lágrimas são contidas e o sentimento apodera-se de mim. Em muitas e equívocas palavras queria dizer o simples, de modo a que só eu e tu pudéssemos perceber verdadeiramente. Aliás, queria escrever em inglês, mas também isso se assemelha impossível nesta altura. Respirar torna-se complicado...especificamente, respirar sem ti, torna-se sufocante. A música repete-se e, efectivamente, espelha o que sinto porque, na realidade, apenas queria transparecer o quanto me fazes falta. Todo um texto coberto de mentiras reduz-se, afinal, a uma única frase que te deveria simbolizar a mesma coisa: Tenho saudades tuas *******

sábado, 22 de junho de 2013

Brian Crain - Wind


Arrepio sereno ou Calmante frenético ? Antagonismos. Companhia em dias de sofrimento, companhia diária nestas últimas semanas.


   A tela branca relembra-me do que foi vivido e numa tentativa desesperada de ignorar tal solenidade sugiro que brinquemos, sorrindo, faça chuva ou faça sol, porque eu já não sei viver sem ti.

sábado, 15 de junho de 2013

The Script - If You Could See Me Now


   Passado um ano e pouco mais - mais esse pouco que já nem me lembro - esqueci-me dos dias. Não que não os saiba contar ou que deles tenha perdido a noção. O quotidiano permanece intacto na medida do possível, mas o quotidiano de ontem era percepcionado com o que outrora se sentiu, com as agulhas que me perfuraram, enquanto hoje o meu quotidiano já não se envolve nessas teias. Há quem considere um 'passo feliz', há quem duvide.. Depois de tudo o que vos fiz, ou deixei de fazer, será correcto permitirem-me espalhar com aguarela a vossa existência? Sei que vocês existem... ou existiram.. mas esquecer-me das vossas datas, apaziguando a dor deveras sentida nesses dias, é moralmente correcto? A dúvida permanecerá e o meu único desejo era que vocês me vissem agora e me direccionassem para o caminho fiel à moral como forma de exibir a culpa permanente.

domingo, 19 de maio de 2013



   Acendo a chama e queimo-me novamente. As saudades do inevitável deixam-me irremediavelmente vazia. Não consigo, de todo, afastar o fogo de mim. Não que ele decorra dentro do corpo que um dia elogiaste mas pelo percorrer exterior. De certo modo, visiono-me naquele barracão, como se a minha vida resumi-se ao que vivemos, ao que me ofereceste, ao que neguei, ao que ansiei e ao que, no fundo, com o teu único isqueiro acendeste. Enrola novamente e acende, acende-me. Literalmente. Quero encarnar o meu ser apático, o meu ser revoltadamente quieto pois, em mim, nada melhor transparece os meus desejos do que a minha frieza, a inactividade... Tudo se resumo, no fundo, a querer-te sentir e se para isso é necessário queimar-me como contigo me queimei, que o faça pois nunca nada foi igual ao que era... 

domingo, 12 de maio de 2013

domingo, 21 de abril de 2013



"O tempo não é sempre generoso... e levou-te... para aquele lugar onde te deixaste descansar.
Sabes o que desejei Avô ? Que aquele hospital não fosse a tua última casa porque ainda tinha muito que aprender; que abrisses os olhos e me visses assim, com tanto de ti.
(...)
Se soubesse que aquele Natal era o último, teria sido tão diferente..."




   As folhas caem e o frio continua..o Verão sobrevem e a depressão instala-se. O sentimento permanece, a ausência cava mais. Há mais espaço para as folhas caírem sem delas se dar conta. Todavia, até à plena acepção da palavra saturação, já o vácuo se alastrou para o exterior. Questiono-me do momento da sua chegada. Quais as reacções que inevitavelmente irão salpicar dos rostos dos bonecos quando pretenderem transparecer a calma inexistente nos seus corpos magistrais?
   Entretanto, o sentimento flutua no mar brando pois não será a sua agitação que ilustrará isto. Expulso a agonia, o rancor, a antipatia, a repugnância. Descubro a metamorfose.. Floresço, cresço e imprimo, no boneco partido, a exactidão, a apatia, a exorbitância do nada, a eficácia de um ponto final. Noutro significado, cavo mais.
   ‘A little bit longer a little bit stronger’ no fundo.

sexta-feira, 8 de março de 2013



You know you have someone for the rest of your life when you have a twin

   Sentir-te novamente sempre foi o meu desejo. Sentir o teu cheiro. Simplesmente tocar-te. Simplesmente ver-te. Sentir, por essa fase enrugada, o sorriso malicioso de quem tem uma brincadeira para mim. Aquecer as minhas mãos num dia de Inverno. Ouvir o meu nome pelo ecoar da tua voz rouca. Abraçar-te. Visitar-te. Os sonhos não são irreais. Os sonhos também não podem ter conotação negativa. Eles permitem o que sempre aspirei desde a tua partida...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


'How many time does he have to cheat for you realize that isn't a game no more?'

The really question is if she knows... And if you are in the side 'we are not together but he will break out with his girlfriend soon'..what you would do?

   Admiro incessantemente aqueles que por via da regra excepcional conseguiram dotar as palavras de significado e poder transmiti-las numa, ou menos que isso, compilação de folhas brancas nuas sem aparente significado. Admiro igualmente aqueles por outra via ainda mais excepcional, ainda que seja por não perceber linearmente o quão isso nos toca, as [palavras] conseguiram transformar em melodias, sufocadas de sentimentos deveras sentidos por cada um de nós. Decorre daí a ideia de que se o que um expressa coaduna-se a outro, nada somos senão vazias repetições preenchidas pela individualidade e particularidade... Questiona-se, portanto, a razão de nos considerar-mos seres unicamente esbeltos pela nossa singularidade. Ora, nada somos senão cópias falsificadas de outros e, tudo o que corre pelos nossos ínfimos pensamentos, algum deles impostos em cruas acções, nada é além de uma tentativa de luminosidade individual de modo a tornarmos-nos diferentes de todos para, então aí, ser-mos iguais a qualquer um, sem disso termos conhecimento.
   Contrariando-me, não quero fazer disto um modo de exaltar a minha pessoa porque de tudo o que sei, assenta em mim a plena certeza de que nada sei, não pela mística problemática a que esta afirmação normalmente reconduz mas pela consciência de que tudo até mim chega reveste-se de mentiras. Assim, este blog transforma-se numa curva. Pretendo, com ele, desviar.me dessas mentiras que me [e nos] rodeiam. Este blog não será mais que um singelo espelho.